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Como expressar sua agressividade sem violĂȘncia?

  • Foto do escritor: Ivan Petry
    Ivan Petry
  • 26 de ago. de 2020
  • 3 min de leitura

Atualizado: 14 de nov. de 2023

Quando vou ao encontro do outro, seja para dialogar, fazer negócios juntos, me relacionar afetivamente, não sei exatamente o que aquele outro pensa ou sente. Não conheço sua história, suas crenças e sua moral. Não tenho muita certeza de qual é a visão de mundo dessa pessoa.


Quando vou ao encontro do outro, vou ao encontro do desconhecido. O desconhecido nos causa medo. Com o medo em nós, podemos fugir do encontro, saindo da situação ou nos fechando em nós mesmos, ou podemos agir apesar deste medo que surge.


Seguindo pelo caminho da fuga, perdemos a oportunidade de ir ao encontro do outro, logo, eu permaneço como estou e o outro também. Não hå tensão. Não hå energia gerada naquele encontro. Logo, não hå combustível para mudanças.


Seguindo pelo caminho da ação, é possível que o impulso que nos leva a superar o medo seja o impulso da indignação, da raiva, da agressividade. Aqui estou usando todos esses termos como sinÎnimos, estou falando daquela energia calorosa que vibra dentro de nós quando vivenciamos situaçÔes nas quais nossos valores não são contemplados. SituaçÔes que considero injustas, por exemplo, fazem com que essa energia seja gerada em mim. Essa energia da agressividade faz parte do impulso natural humano.


Agora, como irei manifestar essa energia, como irei comunicar esses valores importantes pra mim sĂŁo escolhas possĂ­veis a partir da nossa habilidade, tambĂ©m complementa humana, de raciocinar, de trazer consciĂȘncia para as situaçÔes e escolher a forma de nos expressarmos.


Em uma cultura da violĂȘncia, a agressividade vira sinĂŽnimo de violĂȘncia. Como se a Ășnica forma de manifestar minha agressividade fosse atravĂ©s da violĂȘncia. E o que seria essa violĂȘncia? O que Ă© ser violento? Segundo Jean-Marie Muller, “Ser violento significa servir-se da pessoa dos outros simplesmente como um meio, sem considerar que os outros, como seres racionais, devem sempre ser respeitados ao mesmo tempo como fim”.


E essa cultura da violĂȘncia se manifesta, segundo o mesmo autor, “quando, sob efeito da influĂȘncia social, os indivĂ­duos orientam seu comportamento privilegiando a violĂȘncia como meio normal de defender sua comunidade ante as ameaças que pensam sobre ela.”


A violĂȘncia Ă© enaltecida e cultuada a todo momento. Em desenhos animados vemos o herĂłi dando uma surra no vilĂŁo, na justiça vemos a lĂłgica de “bandido bom Ă© bandido morto”, na polĂ­tica uma guerra de nĂłs contra eles, nas religiĂ”es extremismos fatais sem fim, na indĂșstria o investimento e fabricação ininterrupta de armas de fogo.


Os meios de comunicação em massa, com um papel bem importante na formação e manutenção da cultura, despejam cenas de violĂȘncia a todo momento sem explicar exatamente sobre a origem dessa violĂȘncia. A violĂȘncia Ă© banalizada e tĂŁo presente no nosso dia a dia, inclusive em nossas açÔes, que nem paramos mais pra questionĂĄ-la. Assim, vivemos em uma cultura da violĂȘncia sem nos darmos conta disso.


EntĂŁo, como posso expressar minha agressividade sem ser violento?


Marshall Rosenberg, proponente da Comunicação Não Violenta, traz uma possibilidade de receber essa energia da agressividade dentro de nós e transformå-la.


“Para ser didĂĄtico, Ă s vezes digo que a raiva Ă© como a luz de alerta no painel do carro: ela transmite informaçÔes Ășteis sobre as necessidades do motor. NinguĂ©m vai querer escondĂȘ-la, desligĂĄ-la ou ignorĂĄ-la. É preferĂ­vel desacelerar o carro e descobrir o que essa luz estĂĄ tentando lhe dizer.”  -  Marshall Rosenberg


Utilizar a raiva para entendermos o que naquela situação não estå em conformidade com nossas necessidades daquele momento e, a partir desse momento, escolher estratégias eficazes e não violentas para alcançar essas necessidades.


Fiz um vídeo falando sobre como lidar com a raiva através da Comunicação Não Violenta:



Experimentar formas de expressar o que estĂĄ vivo em vocĂȘ de forma autĂȘntica e estar aberto para ouvir o outro com empatia sĂŁo exercĂ­cios constantes de autoconhecimento e autodesenvolvimento.


“Como ser racional, o homem possui a faculdade de se libertar, pouco a pouco, dos condicionamentos e dos confinamentos da cultura, para construir, pouco a pouco, seu pensamento, sua moral, sua filosofia.” — Jean-Marie Muller


ReferĂȘncias

O princĂ­pio da nĂŁo violĂȘncia - Jean-Marie Muller

Vivendo a Comunicação Não Violenta - Marshall Rosenberg


Se vocĂȘ se vocĂȘ tem interesse em se aprofundar em Comunicação NĂŁo Violenta e quer descobrir formas prĂĄticas de aplicĂĄ-la no seu dia adia, te convido a conhecer mais sobre pelos materiais que preparei para vocĂȘ, confira: Curso Gravado de Comunicação NĂŁo Violenta: A coragem de se conectar com autenticidade que conta com 7 mĂłdulos para te ajudar a desenvolva a habilidade de ter conversas difĂ­ceis com qualquer pessoa em diferentes contextos. AlĂ©m disso vocĂȘ tera acesso a + de 10 exercĂ­cios prĂĄticos, material de apoio e certificado de conclusĂŁo. Saiba mais clicando aqui Ebook Guia Definitivo de Preparação para Conversas DifĂ­cieis no Trabalho

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